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Nota de posicionamento CEASM/Museu da Maré sobre operações policiais



TRÊS DIAS DE OPERAÇÕES NA MARÉ


Nos últimos três dias, não pudemos abrir nossas portas do CEASM e do Museu da Maré, em virtude de uma sequência de operações policiais que atingiram grande parte das favelas da Maré e impossibilitaram a mobilidade de toda a população, inclusive a de nossos colaboradores e demais pessoas que usufruem dos nossos projetos.


Dentro de nossos espaços, o saldo é de 50 estudantes de 5º e 9º anos sem aula; 50 jovens impedidos de aprimorar seus estudos para o ENEM e vestibular; 17 jovens bolsistas sem executar suas atividades no espaço; dezenas de visitantes que não foram conhecer o Museu da Maré; pelo menos 2 escolas que não receberam as atividades de educação socioambiental do Ecoa Maré.


Mas fora de nossos espaços o saldo é ainda pior. Abordagens truculentas às moradoras e moradores, invasão de casas com chave-mestra e sem mandado judicial, rompimento de encanação gerando inundação em rua, destruição de automóveis, agressão, ameaça. Isso tudo além de ter mantido dezenas de milhares de crianças sem poder ir à escola, moradores de todas as idades sem acesso às unidades de saúde, comércios fechados, toda a vida paralisada durante três dias, inclusive na véspera do feriado em que se comemora o Dia das Crianças, uma data de festa para a favela. Como as crianças da Maré vão celebrar depois disso tudo? Como fica a saúde mental de nossa população quando vive mais de 12 horas de tiros, sobrevoo de helicópteros, medo de invasão à sua casa, por três dias seguidos?


Queremos saber onde está a ação de inteligência prevista pelos governos estadual e federal para essa série de operações. Onde estão as câmeras nas fardas dos policiais para termos controle social da ação da polícia? Quais são as provas de que os policiais apenas cumpriram seus mandados?

A favela não pode mais ser território de exceção, território de guerra, a favela é um local de vida e resistência!


Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré


Rio de Janeiro, 11 de Outubro de 2023


Foto: Voz das Comunidades

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