Por Carolina Vaz
O CEASM se fez presente, nos dias 26 e 27 de agosto, no seminário “Saúde, Favela, Justiça Climática e Racismo Ambiental”, promovido pela Fiocruz, no município de Petrópolis (RJ). Como parte de um grupo denominado 146x Favela, estivemos reunidos como instituições e coletivos que executam ou já executaram projetos apoiados pela Fiocruz para combater os efeitos da pandemia nas favelas e promover saúde para a população.
A coordenadora do jornal O Cidadão, Carolina Vaz, representou a instituição no Seminário, participando de dois dias repletos de atividades sobre racismo ambiental e justiça climática, a começar pela conversa com a Dona Ana, moradora do Morro da Oficina em Petrópolis. O Morro da Oficina foi uma comunidade duramente atingida pelas tragédias das chuvas em 2022, contabilizando a perda de mais de 180 vidas. Este fato é considerado um marco do racismo ambiental na história brasileira, uma vez que a história de formação da cidade levou a população mais pobre a se instalar nas áreas de maior risco.
Também foi possível conhecer cada projeto presente no evento, desde ações em outras favelas do Rio de Janeiro até de outras cidades do estado como Volta Redonda, Búzios e Angra dos Reis. A história da cidade de Petrópolis não ficou de fora: contamos com o trabalho especializado de guias que apresentaram uma visão crítica desta história tão ligada aos tempos imperiais.
Por fim, os projetos se reuniram em grupos para debater os principais problemas das favelas do Rio de Janeiro que passam pelo direito ao meio ambiente, e sintetizaram propostas para a mudança desse cenário. Prevaleceu a consciência de que a população favelada e periférica, como maiores vítimas do racismo ambiental e injustiça climática na cidade, deve ter o protagonismo na elaboração de políticas e ações locais e regionais.
Outra preocupação muito presente no seminário foi a liberação da verba para a execução dos novos projetos aprovados: são 25 milhões de reais, já destinados em orçamento para o Plano Integrado, e retidos Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Saiba mais pela matéria do Jornal Fala Roça
Maré do Bem Viver
O CEASM foi uma das instituições contempladas na primeira etapa da Chamada Pública para Apoio a Ações de Saúde Integral nas Favelas do Rio de Janeiro, lançada em 2021, e partir desta conquista pudemos executar o projeto Maré do Bem Viver. Este foi finalizado em meados de 2022. Até então, fazíamos parte de um grupo de 90 projetos, porém, a segunda etapa da Chamada, já denominada Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, adicionou 56 novos projetos neste grupo.
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